Título: O Peculiar
Autor: Stefan Bachmann
Editora: Galera Record
Páginas: 272
Parte romance gótico, parte mistério e aventura steampunk. Após a invasão do mundo pelos seres mágicos, as fadas foram aceitas entre os mortais, mas os mestiços não têm lugar. Os irmãos Barthy e Hettie vivem com medo. Tudo piora quando Peculiares são encontrados, ocos, boiando no Tâmisa. Mas eles estão seguros em Bath, não? Talvez... Se não fosse pela misteriosa dama em veludo ameixa que aparece na vizinhança. Quem é ela? E o que quer?
O Peculiar é aquele livro que provavelmente você vai ver a capa em
algum lugar e com certeza ela vai te chamar a atenção. As chances de você
pegá-lo e ler a sinopse são altíssimas. Foi o que aconteceu comigo: assim que
vi esse livro entre os lançamentos da Galera
Record, fui atrás de mais informações e eis que me deparo com o seguinte
fato: era um steampunk* com uma dose
de fantasia. Como eu nunca tinha lido nada do gênero, resolvi me aventurar
nessa novidade. Confesso que não foi uma leitura fácil, porém algumas características
fizeram com que o livro fosse bem interessante.
Depois de várias guerras que
assolaram o país, as cidades da Inglaterra agora convivem com a presença das
fadas. Através disto, surgiram os peculiares, que são a junção de seres
sobrenaturais com os humanos. Bartholomew é um deles e vive com medo de ser
notado e morto por ser o que é, ainda mais com a onda de desaparecimentos que
está acontecendo. O que ele não esperava era se deparar com uma mulher muito
misteriosa que poderá colocar a sua vida e a de sua família em risco.
Juntamente com o Sr. Jelliby, um homem que foi arrastado para o meio dessa confusão,
eles terão que descobrir tudo o que está acontecendo e impedir que mais mortes
aconteçam.
Bartholomew encarou a mãe. Ela retribuiu o olhar. Depois ele se virou e saiu para o corredor, batendo a porta com força. Ele a ouviu chama-lo, mas não parou. Não seja notado e não será enforcado. Seus pés descalços percorriam o piso silenciosamente enquanto ele subia depressa pela escada, mas o que ele desejava mesmo era poder berrar e espernear. Ele queria uma fada. Mais do que qualquer coisa. p. 21
Não tinha grandes expectativas em
relação a O Peculiar. Há tempos
queria ler um steampunk, mas nunca
encontrava um que me atraísse. Já havia feito uma tentativa com Alma?, mas como a leitura não fluiu, acabei
optando por abandonar este. Como O
Peculiar tinha esse aspecto de fantasia (um gênero que eu já sou
familiarizada e tive poucas decepções ao longo do tempo), resolvi arriscar. Porém
no começo da leitura ele seguiu pelo mesmo caminho que eu já conhecia: uma
narrativa densa, um enredo confuso e parecia que não tinha um rumo definido,
que o autor estava jogando informações sem nenhum objetivo. Por vezes cheguei a
imaginar que eu não estava enxergando algum aspecto importante, visto que o
livro demorou páginas e mais páginas para enfim se desenvolver.
Vocês já podem imaginar o quão
lento esse aspecto deixou o livro, correto? Para ser totalmente sincera, tive que
forçar um pouco a leitura para o enredo me envolver e finalmente engrenar. Isso
aconteceu porque o autor colocou muitos fatores dentro de um só enredo: além de
ter que ambientar o livro dentro das características do steampunk, ele teve também que desenvolver o lado da fantasia, então
ficou algo muito pesado e isso fez com que o livro perdesse muito em
dinamicidade e fluidez. Nesse caso, faltou uma lapidação do enredo por parte do
autor para que esses pequenos problemas fossem resolvidos.
Mas, pelo lado positivo, ele
conseguiu criar personagens interessantes. Apesar de ser uma narrativa em terceira
pessoa, conhecemos bem os nossos dois protagonistas. Bartholomew, o peculiar,
me trouxe diversos questionamentos e espero muito que ele seja melhor
desenvolvido no próximo volume da série, pois ele ainda pode acrescentar muito
para o enredo. O Sr. Jelliby caiu de paraquedas no meio de toda a situação,
porém é um elemento que não poderia faltar, já que ele traz o fator humano para
o enredo. Ainda quero ver muito mais desses dois personagens e sobre todo o
mistério que cerca os peculiares.
O Sr. Jelliby não era o tipo de homem que tomava decisões precipitadas. Na verdade, não era o tipo de homem que tomava decisão alguma. Mas quando o olho mecânico do mordomo-fada sibilou e focou no pássaro na mão do Sr. Jelliby, e quando a fada sorriu daquele jeito estranho e disse: “Ah! Que bom vê-lo por aqui”, como se fossem velhos amigos, o Sr. Jelliby tomou uma decisão rápida e impulsiva. Ele correu. p. 146
Não posso negar que fiquei muito
feliz de mais uma vez me deparar com um enredo que colocava as fadas como seres fantásticos
principais. Há muito tempo não lia algo relacionado ao tema e fiquei animada em
como o autor as colocou dentro do enredo: aqui não seguimos aquele estereótipo
de fadas boas e que sempre nos trazem boas notícias – na história de Stefan Bachmann elas podem ser muito
ruins, a ponto de querer destruir todos os humanos para conseguir o que querem.
É nessa premissa que o livro se baseia, então não me estenderei muito para não
entregar o ouro.
O Peculiar tinha tudo para ser um livro fantástico, mas pecou em
algo importantíssimo: dinamicidade do enredo. Isso tornou o livro denso e
cansativo, algo que não é compatível com o público alvo dele (jovens em geral),
então esse pode ser o motivo de decepção para muitos que esperam algo mais
leve. O final abrupto do livro também é outra coisa que pode levar a isso,
pois, quando o livro finalmente chegou ao clímax, ele acabou e deixou tudo para
o próximo volume. Não sei se essa foi a melhor alternativa depois de um livro
denso, mas... Apesar desses fatores que levaram o livro a estagnar no nível de “bom”,
a mitologia que o cerca fez valer a pena e é por causa dela que estou curiosa
para o próximo volume (The Whatnot, ainda sem tradução). Espero não me decepcionar.
*steampunk: Nas histórias do steampunk, a tecnologia a vapor (steam, em inglês) se desenvolve mais do
que todas as outras e sendo o grande invento do homem, enquanto a eletricidade
fica em segundo plano. Junte isso com um excesso de aparelhos mecanizados e
está criado o cenário para essas aventuras. (fonte: Tecmundo)
Bem como você falou, a capa chama muita atenção e dá uma vontade de ler. A premissa é ótima, finalmente uma estória onde fadas não são boazinhas e essas coisas. Eu nunca parei pra ler sobre o livro e é uma pena que seja tão cansativo, livro assim pra mim não rola. Bjs
ResponderExcluirPoxa Lu, nossas opiniões são totalmente diferentes sobre esse livro. Eu gostei bastante da história e do enredo em geral. Em alguns momentos a leitura foi, como você disse, um pouco densa, mas eu fiquei encantada com todos os fatores criados na obra. Uma pena que você tenha se decepcionado um pouco =( Espero que no próximo as coisas (ao seu ver) melhorem ^^
ResponderExcluirBeijos
www.procurei-em-sonhos.com
Ola Lu!
ResponderExcluirpoxa vida, eu estava com tantas expectativas para esse livro! além da capa lindissima, tem uma sinopse que me conquistou. mas quando o final não convence... não adianta. já sei que vou ficar resmungando! uma penaaa
Um beeijo Lara.
Blog Meus Mundos no Mundo | | Página Coração Furta-Cor
aah, é a segunda resenha que leio deste livro, e estou mais curiosa ainda para ler ele! *-*
ResponderExcluirparece ser uma graça, e essa capa é uma gracinha!! só de olhar ela dá vontade de ler mesmo! *-*
Oiee.
ResponderExcluirNão conhecia o livro ainda, mas por sua resenha eu não o lerei tão cedo.
Beijos
http://fernandabizerra.blogspot.com.br
Olá Luara tudo bem? Sinceramente não li nada steampunk =/ apesar de ter Alma? na prateleira só esperando eu conseguir tempo para pega-lo mas O Peculiar me parece uma ótima opção para iniciar não é mesmo?
ResponderExcluirBeijos Joi Cardoso
Estante Diagonal
Vi seus comentários sobre essa resenha no twitter e resolvi vir conferir.
ResponderExcluirA capa não me chamou a atenção, a sinopse muito menos, achei até mal escrita para ser sincera. O único fator que gostei foi a questão das fadas, mas não foi suficiente para que eu tivesse vontade de ler o livro.
Beijinhos
Oi Lu!
ResponderExcluirEu achei o inicio da leitura até rápido. Mas o meio foi um custo pra engrenar, parecia que os personagens estavam correndo de um lado para outro sem desenvolver nada. Eu achei que as fadas poderiam ser bem mais trabalhadas, e os elementos Steampunk ao meu ver eram praticamente apenas citados, tipo " olha um carruagem com cavalos robóticos " pronto. '-'
Acredito que com o gancho que teve no final o próximo livro vai desenvolver bastante as fadas, pelo menos eu espero.
Ótima resenha Lu.
Gabriel - umpapoentrepaginas.blogspot.com.br